A obra “O Sol Também Se Põe” de Sandra Onoke, artista nigeriana contemporânea, é um exemplo fascinante de como a arte pode transcender as fronteiras do visível e nos levar a uma profunda reflexão sobre questões existenciais. Utilizando materiais cotidianos como madeira esculpida e pigmentos naturais, Onoke cria uma instalação que captura a beleza efêmera do pôr do sol, simbolizando ao mesmo tempo o ciclo natural da vida e a inevitabilidade da morte.
A peça central da instalação é uma esfera de madeira esculpida com meticulosa precisão, representando o sol em sua fase final. As linhas sinuosas e as curvas orgânicas da escultura evocam a ideia de um corpo celestial em constante transformação, enquanto os pigmentos naturais aplicados à superfície criam um degradê de cores que remetem ao céu crepuscular. A luz suave que emanava da instalação acentuava a profundidade das texturas e realçava a delicadeza dos detalhes esculpidos na esfera.
Ao redor da esfera, Onoke dispõe pequenos objetos feitos de madeira e outros materiais naturais: folhas secas, galhos quebrados, sementes e cascas de árvores. Estes elementos, aparentemente simples e despretensiosos, simbolizam a fragilidade da vida e a impermanência de todas as coisas. A justaposição destes objetos com a esfera do sol cria uma tensão interessante entre o macrocosmo e o microcosmo, lembrando-nos que somos parte integrante da natureza e sujeitos às mesmas leis que governam o universo.
“O Sol Também Se Põe” não é apenas uma obra de arte esteticamente bela, mas também um convite à contemplação sobre a nossa própria finitude. A obra nos confronta com a inevitabilidade da morte, mas ao mesmo tempo nos oferece uma mensagem de esperança: assim como o sol se põe a cada dia, para renascer no amanhecer seguinte, também nós podemos encontrar a renovação e a transcendência através da arte, da espiritualidade ou da conexão com a natureza.
A instalação de Onoke evoca em nossos corações um misto de melancolia e serenidade. A beleza efêmera do pôr do sol nos lembra da brevidade da vida, mas ao mesmo tempo inspira um sentimento de paz e aceitação.
Interpretando os Simbolismos
A escultura do sol em sua fase final é carregada de simbolismo:
- Fim e Recomeço: O sol se pondo simboliza o fim de um ciclo, a morte. Mas, como o sol nasce novamente no dia seguinte, também indica a possibilidade de recomeço, renascimento.
- Beleza efêmera: A luz suave que emanava da instalação realçava a beleza do pôr do sol, mostrando sua fragilidade e sua natureza passageira.
Os pequenos objetos dispostos ao redor da esfera representam:
- Fragilidade da vida: Folhas secas, galhos quebrados e outras partes de plantas demonstram a vulnerabilidade de todos os seres vivos.
- Conexão com a natureza: Os materiais naturais usados por Onoke nos conectam à terra, ao ciclo natural da vida e da morte.
Um Diálogo Interno
Ao contemplar “O Sol Também Se Põe”, podemos nos deparar com um diálogo interno sobre:
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Nosso lugar no universo: A instalação nos leva a questionar nosso papel na vastidão do cosmos e como nos encaixamos no ciclo da vida e da morte.
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A aceitação da finitude: Onoke nos convida a refletir sobre a inevitabilidade da morte e a encontrar formas de lidar com essa realidade.
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A beleza da impermanência: A obra nos ensina que a beleza reside também na efemeridade das coisas, na constante mudança e transformação do mundo ao nosso redor.
Conclusão: “O Sol Também Se Põe” é uma obra-prima que transcende as fronteiras da arte visual. Através de sua mensagem poderosa e sutil, Sandra Onoke nos convida a uma profunda reflexão sobre o tempo, a vida e a morte. A beleza efêmera do pôr do sol, representada com maestria pela artista, torna-se um símbolo universal da fragilidade humana e da necessidade de encontrar sentido em meio à impermanência.